Desempenho Financeiro e Diversidade nos Conselhos de Administração no Brasil
PDF (English)

Palavras-chave

Diversidade
Conselho de Administração
Governança Corporativa
Desempenho Financeiro
Brasil

Como Citar

Emiko Yoshinaga, C., Heidemann Freitas, T., & Andrey de Almeida Lopes Fernandes, G. (2025). Desempenho Financeiro e Diversidade nos Conselhos de Administração no Brasil. RBGN - Revista Brasileira De Gestão De Negócios, 27(02). https://doi.org/10.7819/rbgn.v27i02.4298

Resumo

Objetivo – Este estudo investiga como diferentes dimensões da diversidade nos Conselhos de Administração influenciam o desempenho financeiro das empresas brasileiras não financeiras, com foco nas especificidades institucionais e culturais do Brasil.

Referencial Teórico – O referencial teórico articula a Teoria da Dependência de Recursos (RDT), a Teoria da Agência e a Teoria dos Escalões Superiores, enfatizando os mecanismos pelos quais a diversidade do conselho pode afetar o desempenho organizacional.

Metodologia – Trata-se de um estudo empírico, longitudinal, que analisa dados de 367 empresas listadas na B3 entre 2011 e 2021. Foram aplicados modelos de regressão com dados em painel e efeitos fixos, com variáveis de diversidade construídas a partir de índices como o de Blau, além de variáveis dummies.

Resultados – Os resultados indicam associações estatisticamente significativas entre algumas dimensões da diversidade e o desempenho financeiro, com destaque para o impacto positivo da diversidade de formação acadêmica e da experiência prévia em outros conselhos, bem como efeitos negativos associados à participação feminina e positivos com laços familiares.

Implicações Práticas e Sociais da Pesquisa – A pesquisa oferece recomendações importantes para o aprimoramento das práticas de governança no Brasil, sugerindo que a diversidade deve ser promovida de forma estratégica e efetiva, superando o tokenismo e alinhando-se às especificidades do contexto nacional.

Contribuições – O estudo contribui para a literatura ao realizar uma análise abrangente da diversidade nos conselhos brasileiros, incorporando múltiplas dimensões além do gênero, como formação acadêmica, experiência, independência e vínculos familiares, com base em uma base de dados inédita para o país.

https://doi.org/10.7819/rbgn.v27i02.4298
PDF (English)

Referências

ABMES (2022). Classificação de cursos de graduação por área de conhecimento. Disponível em: https://abmes.org.br/classificacao-de-cursos#. Acesso em: 10 nov. 2022.

ALABEDE, J. (2016). Effect of Board Diversity on Corporate Governance Structure and Operating Performance: Evidence from the UK Listed Firms. Asian Journal of Accounting & Governance, 7.

ANDERSON, R. C., REEB, D. M., UPADHYAY, A., & ZHAO, W. (2011). The economics of director heterogeneity. Financial Management, 40(1), 5-38.

BALSMEIER, B.; BUCHWALD, A.; STIEBALE, J. (2014) Outside directors on the board and innovative firm performance. Research Policy, v. 43, n. 10, p. 1800-1815. DOI https://doi.org/10.1016/j.respol.2014.06.003.

BEREZINETS, I.; BEREZKIN, K.; ILINA, Y.; NAOUMOVA, I. (2019). Board of Directors as a Factor of Firm Performance in Innovative Companies. International Journal of Innovation Management, v. 23, n. 6, p. 1-16. DOI 10.1142/S1363919619500609. Disponível em: https://www.worldscientific.com/doi/pdf/10.1142/S1363919619500609. Acesso em: 8 dez. 2022.

BERKELEY. What Is Diversity? (2022). Disponível em: https://greatergood.berkeley.edu/topic/diversity/definition. Acesso em: 10 dez. 2022.

BERGH, D. D.; POWELL, R.; ZHAO, Y. (2024). Another look at the managerial entrenchment hypothesis of acquisitions: A replication of Humphery-Jenner (2014). Journal of Management Scientific Reports. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/27550311231222555. Acesso em: 02 dez. 2024.

BETTIS, R. A.; HELFAT, C. E.; SHAVER, J. M. (2016) The necessity, logic, and forms of replication. Strategic Management Journal, v. 37, n. 11, p. 2193-2203. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/smj.2580. Acesso em: 02 dez. 2024.

BEZUIDENHOUT, H.; MHONYERA, G.; VAN RENSBURG, J.; SHENG, H. H., CARRERA JR, J. M.; CUI, X. (2021). Emerging market global players: the case of Brazil, China and South Africa. Sustainability, v. 13, n. 21, p. 12234.

COSTA, L.; SAMPAIO, J.O.; FLORES, E. S. (2019). Gender Diversity in Board of Directors and the Relationship between Performance and Financial Risk in Family Firms. RAC-Revista de Administracao Contemporanea, 23(6), 721-738.

DAVIS, J. H.; SCHOORMAN, F. D.; DONALDSON, L. (1997). Toward a stewardship theory of management. Academy of Management Review, 22(1), 20-47.

DREES, J. M.; HEUGENS, P. P. Synthesizing and extending resource dependence theory: A meta-analysis. Journal of Management, v. 39, n. 6, p. 1666–1698, 2013.

EDEN, D. (2002). From the editors: Replication, meta-analysis, scientific progress, and AMJ’s publication policy. The Academy of Management Journal, v. 45, n. 5, p. 841-846. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/3069317. Acesso em: 02 dez. 2024.

EZEANI, E.; KWABI, F.; SALEM, R.; USMAN, M.; ALQATAMIN, R. M. H.; KOSTOV, P. (2023). Corporate board and dynamics of capital structure: evidence from UK, France and Germany. International Journal of Finance & Economics, p. 1-18. DOI 10.1002/ijfe.2593.

ETHIRAJ, S. K.; GAMBARDELLA, A.; HELFAT, C. E. (2016). Replication in strategic management. Strategic Management Journal, v. 37, n. 11, p. 2191-2192. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/smj.2581. Acesso em: 02 dez. 2024

FRICK, B.; BERMIG, A. (2009). Board size, board composition and firm performance: Empirical evidence from Germany. International Journal of Accounting and Financial Reporting, 5(2), 178-210. Acesso em: 02 out. 2022.

GRANT, B. J. (2017) Tokenism. The SAGE Encyclopedia of Political Behavior.

GREENE, W. H. Econometric analysis. 6. ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2007.

HAMBRICK, D. C. (2007). Upper echelons theory: An update. Academy of Management Review, v. 32, n. 2, p. 334–343.

HEARN, B. (2015). Institutional influences on board composition of international joint venture firms listing on emerging stock exchanges: Evidence from Africa. Journal of World Business, 50(1), 205-219.

KHAN, H. U. R., KHIDMAT, W. B., Habib, M. D., & Awan, S. (2022). Academic directors in board and corporate expropriation: Evidence from China. Managerial and Decision Economics, 43(2), 372-397.

KOUTOUPIS, A.; SKOURTI, T.; DAVIDOPOULOS, L. G.; KAMPOURIS, C. G. (2022). Board diversity: current state and future avenues. Theoretical Economics Letters, 12(3), 788-813.

JABBOUR, C. J. C.; GORDONO, F. S.; OLIVEIRA, J. H. C. D.; MARTINEZ, J. C.; BATTISTELLE, R. A. G. (2011). Diversity management: challenges, benefits, and the role of human resource management in Brazilian organizations. Equality, Diversity and Inclusion: An International Journal, 30(1), 58-74.

JIANG, H.; LUO, Y.; XIA, J.; HITT, M.; SHEN, J. (2023). Resource dependence theory in international business: Progress and prospects. Global Strategy Journal, v. 13, n. 1, p. 3–57.

MENSA, M.; MUELLER, S. (2024). More than you see: lack of diversity in Brazilian creative departments. Journal of Gender Studies, v. 33, n. 8, p. 991-1009.

MESNIK, S. (2018). A relação de independência do Conselho de Administração com o desempenho financeiro das empresas de capital aberto no Brasil. 2018. Dissertação (Mestrado em Economia) – Escola de Economia de São Paulo – Fundação Getulio Vargas, São Paulo.

MGAMMAL, M. H. (2022). Appraisal study on board diversity: Review and agenda for future research. Cogent Business & Management, 9(1), 2121241.

NISIYAMA, E. K.; NAKAMURA, W T. (2018). Diversidade do conselho de administração e a estrutura de capital. Revista de Administração de Empresas, v. 58, n. 6, p. 551-563. DOI 10.1590/S0034-759020180604. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rae/a/khm9KbhLsFGJgVvQfmG8StK/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 dez. 2022.

PAINE, L. S.; SRINICASAN, S. A. (2019). A Guide to the Big Ideas and Debates in Corporate Governance. Harvard Business Review, 2, p. 19. Disponível em: https://hbr.org/2019/10/a-guide-to-the-big-ideas-and-debates-in-corporate-governance?language=pt. Acesso em: 25 out. 2022.

PARENTE, T. C.; MACHADO FILHO, C. A. (2020). Conselhos de administração no Brasil: Revisão da literatura e agenda de pesquisa. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 21, eRAMD200066.

RANASINGHE, D., UNDA, L. A.; WRIGHT, S. (2024). Do women mind the non-GAAP? Board gender diversity and non-GAAP disclosure quality. European Accounting Review, 33(3), 713-739.

RASHID, A.; DE ZOYSA, A.; LODH, S.; RUDKIN, K. (2010). Board composition and firm performance: Evidence from Bangladesh. Australasian Accounting, Business and Finance Journal, 4(1).

RODRIGUES, L. L. (2020). Diversidade de gênero no conselho e sua relação com resultados financeiros e transparência. Dissertação (mestrado profissional MPGC) – Fundação Getúlio Vargas, São Paulo. Disponível em: encr.pw/MpD2r. Acesso em: 28 nov. 2022.

ROSSIGNOLI, F.; LIONZO, A.; BUCHETTI, B. (2021). Beyond corporate governance reporting: the usefulness of information on board member profiles. Journal of Management & Governance, v. 25, n. 1, p. 27-60. DOI: 10.1007/s10997-020-09502-4. Acesso em: 10 dez. 2023.

SHAPIRO, S. P. (2005). Agency theory. Annu. Rev. Sociol., 31(1), 263-284.

SINGH, G.; DWESAR, R. (2022). Board gender diversity, firm performance and firm risk: a literature survey. Copernican Journal of Finance & Accounting, 11(3), 69-84.

SOARE, T. M.; DETILLEUX, C.; DESCHACHT, N. (2022). The impact of the gender composition of company boards on firm performance. International Journal of Productivity and Performance Management, v. 71, n. 5, p. 1611-1624. DOI 10.1108/IJPPM-02-2020-0073.

SPENCERSTUART (2020). Brazil Spencer Stuart Board Index. 2020. Disponível em: https://www.spencerstuart.com/research-and-insight/brasil-board-index. Acesso em: 20 nov. 2022.

SPENCERSTUART (2021a). Hong Kong Spencer Stuart Board Index. 2021a. Disponível em: https://www.spencerstuart.com/research-and-insight/hong-kong-board-index. Acesso em: 20 nov. 2022.

SPENCERSTUART (2021b). Switzerland Spencer Stuart Board Index. 2021b. Disponível em: https://www.spencerstuart.com/research-and-insight/switzerland-board-index. Acesso em: 20 nov. 2022.

SPENCERSTUART (2022). Brazil Spencer Stuart Board Index. 2022. Disponível em: https://www.spencerstuart.com. Acesso em: 20 mar. 2025.

SPENCERSTUART (2022a). UK Spencer Stuart Board Index. 2022a. Disponível em: https://www.spencerstuart.com/research-and-insight/uk-board-index. Acesso em: 20 nov. 2022.

SPENCERSTUART (2022b). U.S. Spencer Stuart Board Index. 2022b. Disponível em: https://www.spencerstuart.com/research-and-insight/us-board-index. Acesso em: 20 nov. 2022.

SPIERINGS, M. (2022). Board composition: diversity, experience, and effectiveness. Disponível em: https://www.conference-board.org/topics/board-practices-compensation/diversity-experience-and-effectiveness. Acesso em: 04 dez. 2022.

TALJAARD, C; WARD, M.; MULLER, C. (2015). Board diversity and financial performance: A graphical time-series approach. South African Journal of Economic and Management Sciences, v. 18, n. 3, p. 425-447.

UPADHYAY, A.; TRIANA, M. C. (2021) Drivers of diversity on boards: the impact of the Sarbanes‐Oxley act. Human Resource Management, [v. 60, n. 4, p. 517-534. DOI 10.1002/hrm.22035. Acesso em: 28 out. 2022.

WANG, Y.; OLIVER J. (2009). Board composition and firm performance variance: Australian evidence. Accounting Research Journal, v. 22, n. 2, p. 196-212. Disponível em: https://doi.org/10.1108/10309610910987510. Acesso em: 20 nov. 2022.

WILLIAMSON, O. E. (1993). Opportunism and its critics. Managerial and decision economics, 97-107.

XIE, X.; O’NEILL, H. (2013). Boards as resource providers and monitors for research and development. Journal of Business Strategies, v. 30, n. 2, p. 180-204. DOI https://doi.org/10.54155/jbs.30.2.180-204. Acesso em: 10 jan. 2020.

YANG, P.; RIEPE, J.; MOSER, K.; PULL, K.; TERJESEN, S. (2019). Women directors, firm performance, and firm risk: A causal perspective. The Leadership Quarterly, 30(5), 101297.

Em caso de aprovação do artigo para publicação, os direitos de copyright são cedidos pelo(s) autor(es) à Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN.

Nestes termos, é OBRIGATÓRIO que os autores enviem para RBGN o formulário de Cessão de Direitos Autorias devidamente preenchido e assinado. Conforme o modelo: [Direitosautorais]

As condições da Cessão de Direitos Autorais indicam que a Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN possui a título gratuito e em caráter definitivo os direitos autorais patrimoniais dos artigos por ela publicados. Não obstante a Cessão dos Direitos Autorais, a RBGN faculta aos autores o uso desses direitos sem restrições.

Os textos publicados na RBGN são de inteira responsabilidade de seus autores.

A revista adota o padrão de licença  CC-BY Creative Commons Attribution 4.0 permitindo redistribuição e reutilização dos artigos sob a condição de que a autoria seja devidamente creditada.