Resumo
Objetivo – O objetivo é verificar se e como as características acadêmicas adquiridas pela alta administração contribuem para a resistência das empresas a crises, examinando o efeito da formação e da experiência acadêmica dos CEOs e membros do conselho administrativo sobre a resiliência financeira por meio da inovação.
Referencial teórico – Baseamo-nos nas teorias dos escalões superiores, da agência e da assimetria da informação.
Metodologia – Coletamos dados sobre o mercado de ações brasileiro durante a pandemia da COVID-19 para observar o mercado durante uma crise. Com um conjunto exclusivo de dados de currículos acadêmicos, estimamos regressões MQO e Cox para examinar a estabilidade e a flexibilidade das empresas nesse período. Realizamos verificações de robustez por meio de regressão quantílica para fornecer evidências adicionais às nossas descobertas.
Resultados – Constatamos que as características acadêmicas adquiridas pela alta administração impactam na resiliência financeira. Essa relação é, por vezes, moderada pela inovação. De modo geral, tanto a inovação quanto as características acadêmicas adquiridas pela alta administração parecem ser vantajosas durante uma crise, pois sua interação fortalece essas relações.
Implicações praticais e sociais – Este estudo fornece evidências da importância da alta administração para mais um resultado organizacional: a resiliência. Nossas contribuições são tanto teóricas quanto empíricas, pois avançamos nas discussões sobre resiliência financeira, governança corporativa e inovação, oferecendo também insights para profissionais e formuladores de políticas.
Contribuições – Somos os primeiros a revelar alguns dos fatores determinantes da resiliência financeira no Brasil, cujo mercado de ações tende a ser mais sensível a choques do que os de países mais desenvolvidos. Nosso estudo oferece orientações tanto para investidores quanto para gestores.
Referências
Abatecola, G., & Cristofaro, M. (2020). Hambrick and Mason’s “Upper Echelons Theory”: evolution and open avenues. Journal of Management History, 26(1), 116–136. https://doi.org/10.1108/JMH-02-2018-0016
Adams, M., & Jiang, W. (2020). Do Financial Experts on the Board Matter? An Empirical Test From the United Kingdom’s Non-Life Insurance Industry. Journal of Accounting, Auditing and Finance, 35(1), 168–195. https://doi.org/10.1177/0148558X17705201
Armeanu, D. Ş., Vintilă, G., Gherghina, Ş. C., & Petrache, D. C. (2017). Approaches on correlation between board of directors and risk management in resilient economies. Sustainability, 9. https://doi.org/10.3390/su9020173
Brandão, I. F., & Crisóstomo, V. L. (2024). Shareholding control, corporate governance and debt financing of Brazilian companies. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 26(4), e20240007. https://doi.org/10.7819/rbgn.v26i4.4276
Brandão, I. F., Crisóstomo, V. L. & López-Iturriaga, F.J. (2024). A multidimensional analysis of corporate governance and firm value. Journal of Management and Governance 28, 985–1016. https://doi-org/10.1007/s10997-024-09699-8
Buyl, T., Boone, C., & Wade, J. B. (2019). CEO Narcissism, Risk-Taking, and Resilience: An Empirical Analysis in U.S. Commercial Banks. Journal of Management, 45(4), 1372–1400. https://doi.org/10.1177/0149206317699521
Chen, I. J., Lin, W. C., Lo, H. C., & Chen, S. S. (2023). Board diversity and corporate innovation. In Review of Quantitative Finance and Accounting (Vol. 61, Issue 1). Springer US. https://doi.org/10.1007/s11156-023-01145-4
Chindasombatcharoen, P., Chatjuthamard, P., Jiraporn, P., & Treepongkaruna, S. (2023). Director age and corporate innovation: Evidence from textual analysis. Journal of Behavioral and Experimental Finance, 37, 100779. https://doi.org/10.1016/j.jbef.2022.100779
da Silva, R. B., Klotzle, M. C., Pinto, A. C. F., & da Motta, L. F. J. (2018). R&D investment and risk in Brazil. Global Finance Journal, 35, 106–114. https://doi.org/10.1016/j.gfj.2017.08.003
De Vilhena, F. A. C., & Camargos, M. A. (2015). Governança Corporativa, Criação De Valor E Desempenho Econômico-Financeiro: Evidências Do Mercado Brasileiro Com Dados em Painel, 2005-2011. Revista de Gestão, 22(1), 77–96. https://doi.org/10.5700/rege552
DesJardine, M., Bansal, P., & Yang, Y. (2019). Bouncing Back: Building Resilience Through Social and Environmental Practices in the Context of the 2008 Global Financial Crisis. Journal of Management, 45(4), 1434–1460. https://doi.org/10.1177/0149206317708854
Ding, W., Levine, R., Lin, C., & Xie, W. (2021). Corporate immunity to the COVID-19 pandemic. Journal of Financial Economics, 141(2), 802–830. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2021.03.005
Dong, Y., Duan, T., Hou, W., & Liu, Y. (Lucy). (2019). Athletes in boardrooms: Evidence from the world. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, 59, 165–183. https://doi.org/10.1016/j.intfin.2018.12.009
Engelen, A., Huesker, C., Rieger, V., & Berg, V. (2024). Building a resilient organization through a pre-shock strategic emphasis on innovation. Journal of Product Innovation Management, 41(1), 36–61. https://doi.org/10.1111/jpim.12697
Fama, E. F., & Jensen, M. C. (1983). Separation of Ownership and Control. The Journal of Law and Economics, 26(2). http://www.journals.uchicago.edu/t-and-c
Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2017). Manual de Análise de Dados: Estatística e Modelagem Multivariada com Excel, SPSS e Stata (1st ed.). Elsevier.
Fayyaz, U. E. R., Jalal, R. N. U. D., Venditti, M., & Minguez-Vera, A. (2023). Diverse boards and firm performance: The role of environmental, social and governance disclosure. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 30(3), 1457–1472. https://doi.org/10.1002/csr.2430
Fraga, J. B., & Silva, V. A. B. (2012). Board diversity and firm performance: an empirical investigation in the Brazilian market. Brazilian Business Review, 9(Special Ed), 55–77. https://doi.org/10.15728/bbrconf.2012.3
Freitas, M. R. de O., Pereira, G. M., De Vasconcelos, A. C., & De Luca, M. M. M. (2020). Concentração acionária, conselho de administração e remuneração de executivos. RAE- Revista de Administração de Empresas, 60(5), 322–335.
Gaur, S. S., Bathula, H., & Singh, D. (2015). Ownership Concentration, Board Characteristics and Firm Performance. Management Decision, 53(5), 911–931.
Gittell, J. H., Cameron, K., Lim, S., & Rivas, V. (2006). Relationships, Layoffs, and organizational resilience: Airline industry responses to september 11. Journal of Applied Behavioral Science, 42(3), 300–329. https://doi.org/10.1177/0021886306286466
Habtoor, O. S. (2022). Board Attributes and Bank Performance in Light of Saudi Corporate Governance Regulations. Journal of Risk and Financial Management, 15(10). https://doi.org/10.3390/jrfm15100441
Hambrick, D. C. (2007). Upper Echelons Theory: An Update. Academy of Management Review, 32(2), 334–343.
Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper Echelons: The Organization as a Reflection of Its Top Managers^. In Management Review (Vol. 9, Issue 2).
Jacques, K. A. S., Lemes, S., Fávero, L. P. L., & Rodrigues, L. M. P. L. (2023). Composition of the board of directors and the probability of disclosure of social responsibility reports. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 25(4), p.516-532. https://doi.org/10.7819/rbgn.v25i4.4240
Jensen, M. C., & Meckling, William H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360. https://doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X
Jensen, M. C., & Murphy, K. J. (1990). Performance pay and top-management incentives. Journal of political economy, 98(2), 225-264. https://doi.org/10.1086/261677
La Porta, R., Lopez-de-Silanes, F., Shleifer, A. & Vishny, R.W. (2000). Agency problems and dividend policies around the world. Journal of Finance, 55, 1-33. https://doi.org/10.1111/0022-1082.00199
Li, J., Ma, Y., Shi, B., & Yang, Y. (2022). Can the Market Recognize the Value of the Corporate Governance Mechanism of Chinese Listed Companies? —Empirical Evidence From COVID-19. Frontiers in Public Health, 9(January), 1–6. https://doi.org/10.3389/fpubh.2021.812253
Martins, T.C. & Novaes, W. (2012). Mandatory dividend rules: Do they make it harder for firms to invest? Journal of Corporate Finance, 18, 953-967. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2012.05.002
Mellado-Garcia, E., Ortiz-de-Mandojana, N., & Aragon-Correa, J. A. (2024). Avoiding relapses after crises: Exploring the influence of firm investors’ characteristics on organizational resilience. BRQ Business Research Quarterly, 0(0). https://doi.org/10.1177/23409444241243377
Naseem, M. A., Lin, J., Rehman, R. ur, Ahmad, M. I., & Ali, R. (2020). Does capital structure mediate the link between CEO characteristics and firm performance? Management Decision, 58(1), 164–181. https://doi.org/10.1108/MD-05-2018-0594
Pereira, B. D. S., Theiss, V., Lunkes, R. J., Schnorrenberger, D., & Gasparetto, V. (2016). Relação entre as características observáveis dos CEOs e a remuneração. Contabilidad y Negocios, 11(21), 5-24.
Perlin, M., Kirch, G., & Vancin, D. (2019). Accessing financial reports and corporate events with getdfpdata. Brazilian Review of Finance, 17(3), 85–108.
Perlin, M., Kirch, G., Vancin, D., & Mastella, M. (2021). The impact of academic titles of board member and directors over the performance of companies traded at B3. Brazilian Business Review, 18(5), 561–584. https://doi.org/10.15728/BBR.2021.18.5.5
Peterson, C. A., & Philpot, J. (2009). Roles of academic directors on US Fortune 500 boards. Corporate Governance, 9(2), 202–215. https://doi.org/10.1108/14720700910946631
Pinheiro, B. G., Vasconcelos, A. C. de, De Luca, M. M. M., & Crisóstomo, V. L. (2017). Estrutura de Capital e Governança Corporativa nas Empresas Listadas na BM&FBovespa. Revista de Educação e Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 11(4), 451–466. https://doi.org/10.17524/repec.v11i4.1706
Pinheiro, A.B., do Prado, N.B., Moraes, G.H.S.M.D. and Carraro, W.B.W.H. (2024), "Corporate reputation in Brazil: do board characteristics matter?", RAUSP Management Journal, 59(4), 350-365. https://doi-org/10.1108/RAUSP-01-2024-0002
Sajko, M., Boone, C., & Buyl, T. (2021). CEO Greed, Corporate Social Responsibility, and Organizational Resilience to Systemic Shocks. Journal of Management, 47(4), 957–992. https://doi.org/10.1177/0149206320902528
Sampaio, T. S. L., Crisóstomo, V. L., Brandão, I. F., & Pinheiro, B. G. (2024). Subsidized debt, corporate governance, and ownership concentration of Brazilian firms. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 26(2), e20230045. https://doi.org/10.7819/rbgn.v26i02.4266
Shahid, M. S., & Abbas, M. (2019). Does corporate governance play any role in investor confidence, corporate investment decisions relationship? Evidence from Pakistan and India. Journal of Economics and Business, 105(March), 105839. https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2019.03.003
Sidki, M., Boerger, L., & Boll, D. (2024). The effect of board members’ education and experience on the financial performance of German state-owned enterprises. Journal of Management and Governance, 28(2), 445–482. https://doi.org/10.1007/s10997-022-09663-4
Stein, J. (2003) Agency, information and corporate investment, In: Constantinides, G.M., Harris, M., Stulz, R. (Eds.): Handbook of the Economics of Finance (Elsevier, Amsterdam).
Teixeira, E. de O., & Werther, W. B. (2013). Resilience: Continuous renewal of competitive advantages. Business Horizons, 56(3), 333–342. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2013.01.009
Torres, P., & Augusto, M. (2021). Attention to social issues and CEO duality as enablers of resilience to exogenous shocks in the tourism industry. Tourism Management, 87. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2021.104400
Tristão, P. A., & Sonza, I. B. (2023). IS THE DUAL-CLASS UNIFICATION A GOOD CORPORATE GOVERNANCE PRACTICE? EVIDENCE FROM BRAZILIAN COMPANIES. Boletim de Conjuntura, 14(42), 467–480.
Wang, Q., Wu, Q., Xie, L., & Zhang, X. (2023). CEO’s self-oriented perfectionism, strategic decision comprehensiveness and firm resilience. Management Decision, 61(11), 3343–3360. https://doi.org/10.1108/MD-12-2022-1656
Wu, H., Zhang, K., & Li, R. (2024). ESG score, analyst coverage and corporate resilience. Finance Research Letters, 62. https://doi.org/10.1016/j.frl.2024.105248
Xia, Y., Qiao, Z., & Xie, G. (2022). Corporate resilience to the COVID-19 pandemic: The role of digital finance. Pacific Basin Finance Journal, 74. https://doi.org/10.1016/j.pacfin.2022.101791
Yang, C., Wang, J., & David, L. K. (2023). The same or different? How optimal distinctiveness in corporate social responsibility affects organizational resilience during COVID-19. Business Ethics, the Environment and Responsibility. https://doi.org/10.1111/beer.12627
Zhang, N., Bo, L., & Wang, X. (2024). The power of scholar: CEO academic experience and corporate debt default risk. Applied Economics. https://doi.org/10.1080/00036846.2024.2364942
Em caso de aprovação do artigo para publicação, os direitos de copyright são cedidos pelo(s) autor(es) à Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN.
Nestes termos, é OBRIGATÓRIO que os autores enviem para RBGN o formulário de Cessão de Direitos Autorias devidamente preenchido e assinado. Conforme o modelo: [Direitosautorais]
As condições da Cessão de Direitos Autorais indicam que a Revista Brasileira de Gestão de Negócios – RBGN possui a título gratuito e em caráter definitivo os direitos autorais patrimoniais dos artigos por ela publicados. Não obstante a Cessão dos Direitos Autorais, a RBGN faculta aos autores o uso desses direitos sem restrições.
Os textos publicados na RBGN são de inteira responsabilidade de seus autores.
A revista adota o padrão de licença CC-BY Creative Commons Attribution 4.0 permitindo redistribuição e reutilização dos artigos sob a condição de que a autoria seja devidamente creditada.