Resumo
Objetivo – Analisar a relação das características da auditoria na probabilidade de ocorrência de relatórios financeiros suspeitos de fraude em empresas.
Referencial Teórico – Teoria da Agência.
Metodologia – Pesquisa descritiva, documental e com abordagem quantitativa, utilizando os métodos de Teoria dos Conjunto Aproximativos, análise de cluster k-means e regressão logística. A amostra é composta por 211 empresas brasileiras listadas na [B]3, considerando os anos entre 2016 e 2021, da base de dados Refinitiv.
Resultados – Os resultados indicam que auditorias Big Four reduzem as chances de relatórios financeiros semelhantes aos fraudulentos (RFSF) no Brasil, conferindo maior segurança aos stakeholders. Já a troca de auditoria e a independência financeira da empresa de auditoria não influenciam significativamente a detecção de RFSF. Por outro lado, pareceres com ressalvas aumentam em 3,625 vezes as chances de RFSF, e com abstenção de opinião, em 62,22 vezes, destacando tais pareceres como os principais indicadores para identificação de RFSF.
Implicações Práticas e Sociais da Pesquisa – Considerando a quantidade de empresas de capital aberto que compõem a [B]3, e a quantidade de ações que são negociadas diariamente no Brasil, tem-se a necessidade de compreender a relação entre as características da auditoria e a PRFF no cenário organizacional brasileiro.
Originalidade/valor – A partir de uma tendência global, esse artigo apresenta uma análise pouco explorada dos investimentos dos "Big Three" como acionistas em empresas que atuam no Brasil. Esse trabalho aborda também a intensificação da financeirização e seus vínculos com o crescimento de investidores institucionais como acionistas em grandes corporações.
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